Alice Cooper no Best Of Blues and Rock Festival: review e fotos

Durante coletiva de imprensa realizada por Gastão Moreira antes de seu show no festival, no sábado (14), no Parque Ibirapuera, Alice Cooper relembrou os shows históricos que realizou no Brasil, falou sobre suas músicas, a relação com sua esposa nestes 50 anos e a vida na estrada. Mencionou que em 1974  foi sua primeira vez tocando aqui, e a última que tocou com sua banda oficial. Disse também que os integrantes continuam amigos até hoje  e que só não tocam mais juntos.

Perguntado sobre como conheceu sua guitarrista Nita Strauss, ele disse que na época ele queria uma guitarrista mulher e que tivesse a vibe do Steve Vai e que a indicaram e que quando ele conheceu o trabalho dela, não teve dúvidas em chamar para a banda. Ela, por sua vez, preocupada em como agir no palco, perguntou a Alice o que ela devia fazer e ele apenas disse: “seja você mesma!”

Em outra pergunta sobre como ele escolhe o setlist dos shows, ele respondeu que é difícil escolher as músicas para o setlist, pois ele tem mais de 50 anos de carreira, mas que ele faz o possível para escolher as melhores e mais icônicas músicas de toda a sua discografia. Perguntado sobre a relação que tem com sua esposa, Sheryl Cooper, ele mencionou que ela participa dos shows nas cenas teatrais, e sua relação é fantástica, pois eles estão juntos desde 1976, e disse que a vida em turnê e a vida pessoal não tem muita diferença, pois ele considera a vida de turnê sua segunda casa.  Em seus momentos de lazer, ele disse que escuta muitas bandas, principalmente das antigas, como Beatles e Beach Boys, que foram bandas que iniciaram quando ele era jovem, e das bandas atuais, as de maiores sucessos como Foo Fighters, e mencionou que existe muita banda e artista bons por aí, e que ele escuta seus álbuns antigos em casa e se impressiona com o que conseguiu produzir na época.

Perguntado sobre qual das duas músicas “School’s Out” e “I’m Eighteen” ele considera importante, ele disse que cada uma tem o seu significado, como “School’s Out” fala sobre como todos os estudantes ama o último dia de aula antes das férias, e quem não gosta disso? E a “I’m Eighteen” fala sobre ter liberdade ao se completar os 18 anos, onde todo adolescente quer ser adulto logo pra ser livre e fazer o que quer, e então explicou que desde quando foram lançadas o mundo já sofria com tudo o acontece de ruim e que serviu para mostrar as pessoas tudo de ruim na época, inclusive mencionou a música “Hey Stoopid” onde ele fala que se você tem um grande amigo e que este está sofrendo e diz que vai cometer suicídio, ele diz: “Ei seu estúpido, não faça isso!”, pois vocês sendo amigos, um tem a liberdade de chamá-lo assim para tentar “mudar o pensamento do amigo”.

Gastão perguntou se ele tocaria a música que foi trilha sonora do filme “Class of 1984” – “I Am the Future,” ele disse que não, por causa do grande repertório. Foi uma coletiva curta e com muitos fotógrafos e repórteres, mas muito legal. E Alice com sua simpatia em responder a cada pergunta.

 

Como foi o show

Com um setlist arrasador, o show se deu início às 20h25 (5 minutos antes do horário programado), com a intro “Lock Me Up” e seguiu com Alice saindo das cortinas com “Welcome to the Show” com o público já agitando e gritando, seguiu com os maiores sucessos: “No More Mr. Nice Guy”,  “I’m Eighteen”, “Under My Wheels “,” Bed of Nails”. Em “Billion Dollar Babies”, com direito a uso de espada de esgrima, “Snakebite” sem a cobra no pescoço, seguiu com “Be My Lover”, “Lost in America”, em “He’s Back (The Man Behind the Mask)” uma fã é escolhida e “morta” no palco, com uma encenação excelente, seguindo com “Hey Stoopid” o público gritou e vibrou.

Seguiu com “Black Juju” – um breve solo do baterista Glen Sobel, e dando sequência com “Welcome to My Nightmare”,  “Cold Ethyl” – sua relação de amor e ódio com a boneca Ethyl, e em “Go to Hell” sua esposa aparece no palco dando chicotadas, em seguida o público vai à loucura com a introdução de “Poison”, todos cantando e vibrando loucamente, seguindo o show com o solo de Nita Strauss em”The Black Widow”, “Ballad of Dwight Fry”, em “I Love the Dead” – sua esposa retorna ao palco num traje de época e “mata seu marido Alice numa guilhotina, demonstrando o quão grande é o seu amor pelo “marido morto”.

Logo, seguem com a bombástica “School’s Out” seguida do refrão de “Another Brick in the Wall” – onde apresentou toda a banda, e para finalizar o show, a fantástica “Feed My Frankenstein” com direito a bolhas de sabão pelo palco.

Enfim, uma apresentação grandiosa, teatral, divertida e com entretenimento realizada com maestria pelo cantor de 77 anos e sua banda em mais um show em São Paulo, mostrando ao público, o quão competentes os integrantes são. O quinteto que o acompanha é formado por Nita Strauss, Ryan Roxie e Tommy Henriksen nas guitarras, Glen Sobel na bateria e Chuck Garric no baixo, e é nítido o entrosamento e virtuosismo que há entre eles e Nita Strauss.

Texto: Evelyn Tegani; Fotos: Leandro Almeida