Armored Saint encanta público com grande show em São Paulo

Fabrique Club, São Paulo/SP (03/06/2018)

Em um domingo frio e cheio de incertezas por conta da greve dos caminhoneiros (e da possível greve dos petroleiros) o Armored Saint fez sua estreia em solo brasileiro 35 anos após o lançamento de seu primeiro EP.

O local escolhido para o show foi o Fabrique Club, na Barra Funda que fica próximo ao metrô e também a outra casa bem conhecida pelo publico paulistano o Clash Club; O Fabrique tem um espaço menor que o de sua vizinha, ideal para eventos que comportam menos de mil pessoas, diversas vezes já assistimos bandas tocando para um público razoável porém como o espaço é muito grande, tanto banda como público acabam tendo a sensação de vazio, portanto o Fabrique acaba sendo uma nova opção de casa de shows na cidade.

Por volta das 19:30 a banda Hellish War de Campinas inicia o seu set de abertura para a casa lotada. Com um som calcado no Heavy Metal tradicional altamente influenciado por bandas como Iron Maiden e Judas Priest o grupo aquece o publico naquela noite fria.

Vale ressaltar a ilustre presença de Steve Grimmet (Grim Reaper) que no dia anterior havia se apresentado na cidade de Osasco e decidiu prolongar sua estadia para conferir as lendas do Heavy Metal da Bay Area de San Francisco, lembrando que o Armored Saint cita o Grim Reaper como uma de suas principais influências.

Precisamente às 20:15 as luzes da casa se apagam e começa a soar nos PA’s uma música clássica enquanto isso, Phil Sandoval (guitarra), Jeff Duncan (guitarra), Gonzo Sandoval (bateria), Joey Vera (baixo) e John Bush (vocal) se posicionam, Win Hands Down, foi a faixa escolhida para abrir o primeiro show dos veteranos em terras brazucas, March Of The Saints,faixa-título do debut da banda vem para arrebatar de vez os presentes, que entoavam o refrão junto com John Bush, Jeff e Joey.

Bush pega um chocalho e acompanha as batidas de Gonzo Sandoval, é a vez de Tribal Dance do clássico álbum Symbol Of Salvation de 1991.

O vocalista então conversa com o público pela primeira vez na noite e diz: “São Paulo, demoramos 35 anos para tocar aqui, por favor nos desculpem, tenham certeza que tocaremos muitos clássicos essa noite para tentar recompensá-los” e então ele anuncia After Me, The Flood.

Bush mostra energia e paixão a todo momento que canta, enquanto Jeff e Phil viajam em seus solos de guitarra.

Nervous Man de Delirious Nomad vem na sequência, Bush agradece o público por comparecer em um Domingo a noite e promete fazer a noite de todos ali valer a pena, ele então pede para que o público escolha entre duas faixas: Chemical Euphoria ou Raising Fear, o público opta pela segunda opção e reforça a escolha cantando a plenos pulmões o refrão da mesma.

Symbol Of Salvation vem na sequência, seguida de Book Of Blood, antes de apresentar essa John ressalta como é bom tocar de volta no país, e relembra os ótimos momentos que viveu quando ele tocou com o Anthrax no país (1993 e 2005, sendo que na segunda vez Joey Vera também veio para substituir Frank Bello).

Temos então Mess seguida da clássica Aftermath, Bush dedica está faixa aos fãs “Old Schools” da banda e fala sobre a importância da banda ter mantido a formação de seu EP de estreia de 1983 por todos esses anos, frisando que o que os mantém junto é a amizade.

Durante a execução desta faixa, John sobe no balcão do bar e depois mergulha no meio da galera.

Left Hook From The Right Field e a clássica Reign Of Fire vem na sequencia.

O público então grita o nome da banda, o vocalista então diz: “Essa é aquela hora em que normalmente as bandas deixam o palco, enquanto o público os chama de volta, mas eu e meus amigos queremos ficar o máximo de tempo com vocês, por isso vamos pular essa parte. “

Duncan então começa a tocar o riff de Can U Deliver, a música mais famosa da banda cujo clipe era exibido diariamente na MTV americana nos anos 80, sem descanso eles emendam Mad House finalizando assim de maneira histórica o primeiro e até então único show do grupo da Bay Area em solo brasileiro.

A espera foi longa mas valeu a pena, o que se viu no palco foi uma banda cheia de energia, tocando faixas de todos os álbuns da banda, agradando tantos os fans mais novos como os mais antigos.

A voz de John Bush continua impecável, a performance e interação de Joey Vera com o público é um show a parte (não é a toa que ele foi o escolhido para assumir o baixo do Anthrax no lugar de Frank Bello).

Após o show a banda saiu do camarim para conversar, autografar itens e tirar fotos com os fãs que ali estavam.

Um show que facilmente figurará a lista dos 5 melhores do ano, e que ficará na memória do público até o retorno do grupo a terras tupiniquins.

(Gabriel Souza)