Bruce Dickinson rejeita playback em shows do Maiden: ‘Não é real’
Em uma entrevista para a edição mais recente da revista Classic Rock, o vocalista do IRON MAIDEN, Bruce Dickinson, insistiu que ele e seus companheiros de banda preferem “sair de cena com dignidade” a fazer um show que não esteja à altura. “A ideia de transformar isso no Disneyland MAIDEN usando backing tracks, alguns truques… Não!”, disse Dickinson, de acordo com o Guitar.com. “O MAIDEN tem que ser cem por cento real — e feroz pra caralho!”
Agora com 66 anos, Dickinson acrescentou que o MAIDEN continuará fazendo seus shows ao vivo 100% ao vivo.
“Recentemente, um cara, um grande fã, disse para mim: ‘É incrível ver o MAIDEN ainda fazendo isso’. Eu disse: ‘Sim, e estamos fazendo de verdade. Não tem desafinação.’ Esse cara disse: ‘Muitas bandas usam backing tracks agora…’ Eu disse: ‘Não! Não, não! Se usarmos backing tracks, esse será o dia em que eu saio. Ou o dia em que paramos. Se não for real, não é MAIDEN.'”
Bruce contou a mesma conversa com um fã no outono passado, durante uma participação no podcast “Rich Roll”. Na época, ele disse: “Ainda tocamos todas as músicas no tom original. Não rebaixamos a afinação. Não fazemos nada disso em nenhuma das músicas. E esse cara estava dizendo: ‘Ah, sim, mas vocês estão por aí há anos. Agora, todas essas bandas rebaixam a afinação, todas usam backing tracks e todas fazem…’ Eu disse: ‘Ok, pare por aí. Não. Não vamos fazer isso porque não é autêntico. Não é real.’ Você começa a entrar no mundo da Disney. Então, não. Se eu não puder fazer do jeito que deveria, então não deveria estar fazendo.”
Bruce já havia falado sobre a possibilidade de usar backing tracks em uma entrevista para a rádio australiana Triple M. Na época, ele disse: “Ainda tocamos todas as músicas no tom original; não rebaixamos, não mudamos a afinação nem nada do tipo. Ainda tocamos tudo rápido demais, porque ficamos empolgados. Nunca tocamos com metrônomo ou código de tempo e tudo mais, porque vejo muitas bandas agora e penso: ‘Espera aí. Ei, você cantou isso sem mexer os lábios.’ Então, tem todos esses vocais de apoio sendo jogados de um lado para o outro. Mas nós não fazemos nada disso. Tudo é analógico e real. Então, somos meio que à moda antiga nesse aspecto. Mas acho que isso vale a pena, porque o público entende que a realidade está se tornando cada vez mais rara hoje em dia.”
Nos últimos anos, cada vez mais artistas passaram a ser aceitos por dependerem de faixas pré-gravadas, triggers de bateria e outras tecnologias que tornam os shows mais sintéticos, mas também mais consistentes. Para o bem ou para o mal, as faixas pré-gravadas estão se tornando cada vez mais comuns entre artistas em turnê de todos os níveis e gêneros, e não são usadas apenas na música pop — muitos artistas de rock utilizam playback em diferentes graus.