Nicko McBrain admite limitações para tocar clássicos do Maiden
Em janeiro de 2023, Nicko McBrain, baterista do Iron Maiden desde 1982, sofreu um derrame com paralisia parcial em sua casa em Boca Raton, nos Estados Unidos. Esse foi o começo de uma jornada desafiadora de reabilitação física, após um tratamento rápido e preciso por especialistas em AVC do Instituto Marcus de Neurociência do Hospital Regional de Boca Raton, Flórida, parte do Baptist Health.
McBrain falou sobre seus problemas de saúde durante o show do seu projeto paralelo Titanium Tart no dia 19 de julho, no Piper’s Pub em Pompano Beach, Flórida.
Ele disse à plateia: “Tenho que ser honesto com vocês, o ano passado foi bem crítico pra mim, porque, como vocês provavelmente sabem… Se não sabem, derrames do tipo AIT [Ataque Isquêmico Transitório] não são nada legais. Algumas pessoas têm reações bem ruins a eles, como ficar paralisadas, sem conseguir falar, andar e por aí vai. Eu não conseguia tocar – fiquei paralisado do lado direito. Felizmente, o Hospital Regional de Boca Raton tinha essa seção incrível de TO [Terapia Ocupacional], e tem uma moça chamada Julie Blum que cuidou de mim, e em três meses, ela me fez tocar novamente. Não sou o velho Nicko, nem de longe, mas pelo menos é uma parte de mim. E a minha banda, Deus abençoe, [o baixista do Iron Maiden] Steve Harris e o resto dos caras, me disseram, ‘Se você não consegue tocar alguma coisa em uma música, a gente simplesmente não toca essa música.'”
Explanando sobre as limitações físicas causadas pelo derrame, Nicko disse: “A gente tava ensaiando ano passado pra ‘The Future Past Tour’, e íamos começar com ‘Caught Somewhere In Time’. Tem uma parte no meio que é só caixa na gravação. Eu não consigo tocar aquilo. Como vocês provavelmente notaram, aqueles nerds da plateia que ficam tipo, ‘Ele não fez o solo de bateria.’ É por isso, porque eu simplesmente não consigo tocar aquilo. De qualquer jeito, Steve olhou pra mim e eu disse, ‘Ok, eu tenho uma ideia. Se eu fizer o duplo na caixa,’ e toquei pra ele, e ele disse, ‘Não. Tem mais alguma coisa?’ Eu disse, ‘Beleza, vou tocar no prato.’ ‘Não. Tem mais alguma coisa?’ ‘É isso aí, cara.’ Então ele pensou por uns trinta segundos. Ele tá parado na frente da minha bateria e diz, ‘Por que você não toca reto?’ Eu disse, ‘O quê?’ ‘Toca um solo reto ali no meio. Vai fundo.’ Eu disse, ‘Você é um gênio, cara.’ E aqui estou eu, o baterista, supostamente a pessoa que deveria ter todas essas ideias, e lá vem o Steve: ‘Toca reto, Nick.’ Eu nem pensei nisso. Então ensaiamos assim a partir dali, e tocamos reto, o que tenho certeza que 90% de vocês nem ligam pra esse pedaço de qualquer forma.”