Review: Fábio Lione e Marcelo Barbosa em Goiânia

Rodando boa parte do Brasil com a turnê Rocking Your Life desde 14 de novembro, Fábio Lione (Angra e Rhapsody) e Marcelo Barbosa (Angra) se apresentaram em Goiânia no último sábado (4/12), na The Rock Steakhouse.

Nesse giro, o primeiro deles desde março de 2020, quando a pandemia afetou shows ao vivo no país, o vocalista e o guitarrista unem forças para executar clássicos do rock e algumas músicas de suas bandas, mas com um detalhe: todas no formato acústico.

Antes da dupla, a banda local Breakdown abriu a noite com covers de Iron Maiden, AC/DC, Guns N’Roses e outros. O set durou cerca de 40 minutos, enquanto o público aproveitava para se acomodar na casa. Pela boa execução das músicas, a Breakdown deixou a impressão de que, em breve, pode começar a se arriscar em material autoral.

Às 22h10, Lione e Barbosa subiram ao palco para um desfile de quase duas horas de hinos e baladas atemporais do rock. Se o fã mais desconfiado podia cogitar que o formato acústico deixaria a coisa um pouco morna, as primeiras músicas provaram o contrário: Open Your Heart (Europe), The Deeper the Love (Whitesnake) e I Remember You (Skid Row) já mostraram que seria uma noite especial.

Waisted Years, do Iron Maiden, contou com a participação do vocalista goiano Carlos Zema, ex-Heavens Guardian e atualmente na americana Immortal Guardian. Foi o primeiro grande momento do show e abriu caminho para as primeiras de Angra e Rhapsody: Make Believe e Wings of Destiny.

Exímio guitarrista, Marcelo Barbosa mostrou que domina também o violão e se garante mesmo sem distorção e pedais de efeito. Fábio Lione, no entanto, é quem rouba a cena no show. Bem à vontade, o italiano mostra que transita facilmente por vários estilos e não se limita ao power metal pelo qual se notabilizou nos anos 1990.

Outros destaques da noite foram Dream On (Aerosmith), com participação exuberante da vocalista Bell Lins, de Brasília; Rebirth, cantada a plenos pulmões pelo público, emocionado com esse clássico do Angra; e Tears of the Dragon, hino da carreira solo de Bruce Dickinson.

The Show Must Go On, do Queen, fechou com chave de ouro e a certeza de que o formato agradou público, músicos e demais envolvidos na produção.

(Texto e foto: Guilherme Gonçalves)