Solid Rock agrada ao público com rock’n’roll em estilos diferentes

Festival Solid Rock

Allianz Park, São Paulo/SP (10/11/2018)

O bom e velho rock n roll, em sua variedade de estilos, agradou ao público que prestigiou o festival “Solid Rock” que aconteceu no Allianz Park no dia 10 de novembro.  Este espetáculo sempre agrada porque no palco passeiam o hard rock, o grunge e obviamente o heavy metal.

O mau tempo, nublado e chuvoso, não foi capaz de ofuscar o brilhantismo do evento porque no final da tarde, o tempo firmou-se e a galera pôde curtir sem preocupações a apresentação de Black Stars Riders, a primeira a subir no palco.

Essa banda nada mais é do que Thin Lizzy tocando outras músicas, só para continuar com um tom renovador e de frescor. O vocalista Ricky Warwick, sempre alto astral, foi conduzindo o baile com repertório atual enfatizando o último álbum intitulado Heavy Fire, lançado em 2017. Mas não parou por aí. Também tocou os clássicos dos anos 70 que não poderiam ser ignorados e, assim, a galera cantou com fervor The Boys Are Back In TownJailbreak.

Depois de um início empolgante e já de posse de seus copos famosos e colecionáveis, o público animado aguardou por Alice in Chains. Essa banda é classificada como hard rock, porém suas raízes de Seattle deixam a pegada grunge tão marcante que é difícil não associar o som a esse movimento.

Discordâncias a parte, o que importa é que a tão querida Alice in Chains fez um show envolvente levando o público a euforia com a música Check My Brain, do álbum Black Gives Way To Blue de 2009.

Logo no início da apresentação a banda, liderada por William Duvall, deixou bem claro que seu estilo ainda vive. Assim, os músicos demonstraram estar sincronizados sendo possível sentir a energia dos integrantes em um ar de celebração. Afinal, estar na cena durante 30 anos com tanta sintonia e presença de palco não é para qualquer um.

DuVall tem um papel importante nesta banda porque, estar no lugar do saudoso Layne Stanley, é missão dupla o que ele faz com uma entrega absoluta. Quanto aos outros integrantes, Jerry Cantrell em seus solos de guitarra fez com que o público se emocionasse ao máximo. Já Sean Kinney pegou pesado em sua batera fazendo de sua participação algo incrível. Tudo estava redondinho e harmonioso.

Os hits foram arrebatadores, um atrás do outro: Would?, Down In A Hole, Hollow. Teve também uma música fresquinha, The One You Know do álbum Rainer Fog de 2018.

A grande esperada da noite, Man in the Box, veio para arrebatar mais os corações saudosos da época de 90. Essa canção consegue fazer a gente viajar no tempo e ter momentos nostálgicos com recordações que achávamos que tivéssemos perdido.

O encerramento ficou por conta de Rooster. Ela levou o público a pular, cantar e clamar por um breve retorno da banda até o fim.

Durante um breve intervalo entre as atrações, o público pôde aproveitar as atividades propostas pela organização do evento. Tiraram fotos, brincaram e ganharam prêmios antes de enfim, assistirem ao show de uma das bandas mais emblemáticas da cena do heavy metal. Senhoras e senhores, luzes a postos para Judas Priest.

War Pigs começou a tocar e todos correram para seus lugares. Neste momento o estádio estava bem mais cheio do que inicialmente.

O palco estava com um pano o que impossibilitava-nos ver o que estava por vir. Mas isso não era preocupação, afinal a banda inglesa nunca desaponta.

Quando o pano finalmente caiu, Firepower, música título do último álbum da banda, empolgou a galera que cantou aos gritos. A reação do público confirmou as raízes metálicas que a banda cravou na história tornando a música um dos grandes clássicos do rock.

Judas Priest sofreu algumas mudanças ao longo dos anos. A banda está na ativa desde 69. No momento a formação conta com Ian Hill (baixo), Rob Halford (vocal), Andy Sneap (guitarra), Scott Travis (bateria) e Richie Faulkner (guitarra).

A apresentação continuou com vários hits como: The Ripper, Turbolover e em Hell Bent For Leather, Rob Halford entrou tradicionalmente no palco com a sua moto Harley, acelerando e cantando a música toda montado levando a galera ao delírio.

As roupas de Halford causaram curiosidade quando cantou Eletric Eye. Ele usou um collant preto deixando o peito de fora enquanto suas calças exibiam um buraco onde era possível ver suas virilhas tatuadas. Para completar o visual, usou uma camisa e um casaco longo prateado finalizando o modelito sadomasoquista.

Além disso, houve ainda um momento muito emocionante para o público. Durante a execução de Freewheel Burning, imagens de Ayrton Senna foram exibidas nos telões em uma espécie de homenagem ao ídolo brasileiro. Pessoas emocionadas com as imagens diziam “ele sim foi um herói”.

O guitarrista Richie Faulkner, substituto de K.K. Downing, fez um show a parte. Além de ser carismático teve um papel importante na apresentação demonstrando imensa segurança no que estava fazendo. O artista teve uma presença de palco inigualável dominando todas as canções.

E para terminar a festa, Painkiller veio com força total e a banda não deixou nada a desejar, a não ser a imensa vontade de vê-los por aqui novamente.

(Renata Penteado)