Entrevista: Erik Danielsson, do Watain, revela seu ecletismo

A Rock Brigade participou de uma entrevista coletiva com Erik Danielsson. O líder do Watain falou sobre The Agony & Ecstasy Of Watai, sétimo trabalho de estúdio do grupo, lançado dia 29 de abril. Confira: 

Rock Brigade: Antes de mais nada, parabéns pelo novo álbum. Gostaria de fazer duas perguntas mais gerais sobre a sua trajetória. Primeiro, gostaria de saber se você se lembra do momento exato em que decidiu seguir carreira na música.
Erik Danielsson: Nos primeiros cinco anos de Watain eu trabalhava numa fábrica. Foi o Jon Nödtveidt do Dissection que me fez pedir demissão. [Risos.] Ele perguntou se eu toparia tocar o baixo em três shows do Dissection, mas disse que se eu topasse, deveria largar meu emprego e me dedicar exclusivamente a isso. Foi uma proposta impossível de recusar porque o Dissection é uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos, e o convite veio em um ponto da minha vida em que eu já me via fazendo algo bem diferente do que a maioria das pessoas, como estudar ou correr atrás de um emprego sério.  

Foi nessa altura da minha vida que percebi que esse não seria o meu futuro, que não era para mim. Respeito as pessoas que trabalham, mas senti que meu destino era criar; dar aos outros aquilo que crio. Foi quando decidi que esse seria meu legado, que essa seria minha contribuição; por meio da arte, da criatividade. Então larguei meu emprego e desde então venho me dedicando exclusivamente à música. 

Agora me diga, quais artistas ou bandas seus fãs ficariam surpresos de saber que você ouve?
[Risos.] Talvez as pessoas pensem que só ouço Black Metal, Death Metal e coisas assim. Cresci ouvindo Metallica, Kiss, Diamond Head, Judas Priest, Rainbow, Deep Purple, Angel Witch e todas as bandas clássicas de heavy metal que amo até hoje. O Black Metal e o Death Metal vieram um pouco mais tarde e levaram minha alma embora. Mas escuto muito metal old school também, assim como escuto muito punk e um pouco de tudo; aquele rock de garagem dos anos 1970, o rock‘n’roll dos anos 1970 e por aí vai.  

Ouço muita música, sou apaixonado por música e música é a minha vida; é o que escolhi fazer e nunca restringiria meus ouvidos a um ramo pequeno. Para mim, cada música tem seu valor, mesmo o pop ou o que quer que toque no rádio. Todo tipo de música me faz pensar algo e sentir algo, mesmo que seja ódio ou desgosto. Acho que sou muito mente-aberta. Mas meu coração bate somente pelo metal, e assim será até eu morrer. 

(Texto: Marcelo Vieira / Transcrição: Leonardo Bondioli)