K.K. Downing lamenta que volta ao Judas Priest tenha sido vetada

Em uma entrevista ao podcast “Rock Of Nations”, o guitarrista fundador do Judas Priest, Kenneth “K.K.” Downing, foi perguntado sobre a possibilidade de ele voltar a se juntar aos seus ex-companheiros de banda no palco no futuro.

“Eu perguntei a eles se queriam que eu voltasse e a resposta foi ‘Não’. Então que assim seja. Comecei ua nova banda [ KK’s Priest] e agora estou bem feliz. Eu costumava compor todo o material para o Judas nos anos 1960 e início dos anos 1970 e tinha até equecido como era… É legal poder compor novamente e decidir o que vai e o que não vai ser usado. É ótimo apenas seguir em frente.”

Downing continuou dizendo que está particularmente desapontado que o colega fundador do Judas, Ian Hill (baixo), aparentemente tenha decidido contra a volta de K.K. à banda.

“Honestamente, a pior coisa em toda essa situação é que Ian me negou a oportunidade de voltar à banda. Fomos juntos à escola na infância, éramos como irmãos. Passamos muitos anos no fundo do ônibus reclamando de todo mundo [Risos].Eu simplesmente não sei como isso pode acontecer. Rob [Halford, vocal] saiu da banda por 14 anos. E eu fui incumbido de convidá-lo para voltar para a banda. Como ele pode me negar a oportunidade de subir ao palco e tocar minhas músicas? Ian e Rob nunca escreveram nenhuma das músicas para esta banda.”

“Algo está errado, não faz sentido. Como Ian, o baixista que nunca escreveu músicas, pode me negar a oportunidade de estar na banda? Todos esses anos, e eu escrevi todas essas músicas e riffs, mas como ele pode ficar lá e tocar baixo e não me permitir tocar guitarra nessas músicas? Não faz sentido. E não faz sentido não ter o cara original de volta da formação. Eu sou tão ruim assim? [Risos] Mas de qualquer forma, fiz dois álbuns [com KK’s Priest] em dois anos, e aqueles caras fizeram dois álbuns em 14 anos. Eu simplesmente não entendo.”

Perguntado se consideraria voltar ao Judas Priest se a banda fosse fazer um último álbum e ele fosse convidado para tocar nele, Downing disse: “Isso nunca acontecerá nunca. Eu sei que Glenn se aposentou das turnês. Mas se ele pode escrever e gravar, eu não sei. Não tive mais notícias sobre a saúde de Glenn, infelizmente. Como eu disse, não fiquei feliz com muitas coisas. O livro do 50º aniversário e tudo o que foi feito, eu não recebo nada, nenhum dinheiro de nada disso. Então fica difícil ver toda a mercadoria com todas essas imagens que eu paguei e que participei da criação… Tudo fica muito comercial, a coisa toda, e talvez seja isso que seja afinal. Nos primeiros três, quatro anos do Judas Priest, Glenn e Rob não estavam lá, então como isso se torna um livro de 50 anos se você não inclui os primeiros anos? Eles pediram aos fãs que pagassem US$ 500 por um livro que não é preciso…”

“Em 2010, todos nós, como amigos, como diretores da empresa, como empresários, como colegas de banda, decidimos encerrar a banda. Todos nós decidimos nos aposentar em 2010”, continuou ele. “Tenho todos os e-mails: ‘Precisamos que você pense em um título de turnê que signifique o fim definitivo da banda.’ Então o título da turnê foi a turnê ‘Epitaph’. Por causa de certas circunstâncias, me pediram para escrever um EP para apoiar a turnê. Eu respondi: ‘Vocês querem que eu encerre minha carreira em um EP? Eu não vou fazer isso.’ Houve muita insatisfação naquela época e eu disse que não iria fazer a turnê. 15 anos depois, é fácil dizer agora, mas se a ideia na época fosse continuar, eu deveria saber disso, deveria ter sido informado disso. Ou pelo menos se a opção fosse que eles continuariam, eu deveria ter sido uma opção. Eles deveriam ter dito que iriam volar, eles deveriam ter me convidado.”

Downing acrescentou: “Mas então eles anunciaram rapidamente que Richie [Faulkner, substituto de Downing no Judas] traria uma nova energia para a banda – porque foi isso que eles disseram em declarações à imprensa. E também disseram que os fãs não estavam sentindo minha falta.  O que é um pouco estranho, porque na verdade eu senti na época, em 2010, que eu era a energia da banda, que todos os outros pareciam apenas cumprir o protocolo no palco. Eu não sabia sobre a doença de Glenn na época, mas algo não parecia certo. Eu sei que Rob lançou dois álbuns de estúdio em 2010 e fez uma turnê mundial, incluindo o Ozzfest, cantando músicas do Judas Priest, e todos tinham medo de que ele fosse embora novamente. Então, pensamos que todos esses motivos eram por que precisávamos encerrar o Judas Priest. E foi isso que planejamos.”