Organizadores de festivais fazem manifesto

Os organizadores de festivais de música se uniram para fazer um manifesto conjunto sobre o atual panorama do país e como isso pode afetar milhões de empregos e trazer bilhões de prejuízo para a economia do País.

“Num país que ama música, mas que se vê privado de ir a eventos por conta das mudanças impostas pela pandemia de Covid-19, os festivais de música parecem ameaçados, mas a união de mais de 100 eventos pelo país vai confrontar mais esta crise”, informa o manifesto, elaborado nesta semana. “Neste primeiro momento, os representantes destes festivais estão formalizando apoio à Lei de Emergência Cultural que está em tramitação no Congresso Nacional. Nos próximos dias, eles começam uma agenda de encontros com parlamentares e gestores públicos para discutir propostas e soluções para o setor.”

Em junho, a Associação dos Festivais realizará uma conferência nacional para levantar um conjunto de propostas e um calendário unificado para os eventos que acontecerão em 2021. 

De acordo com o levantamento feito pelo DATA SIM em março de 2020, 536 empresas ouvidas pela pesquisa reportaram o adiamento ou cancelamento de mais de 8 mil eventos de música ao vivo em 21 estados do Brasil, com uma projeção de público de 8 milhões de pessoas, prejuízo direto de R$ 483 milhões e afetando cerca de 20 mil profissionais. Se os resultados fossem projetados para todas as 62 mil MEIs [microempreendedor inividual] da música ao vivo, os prejuízos chegam a R$ 3 bilhões, afetando um milhão de trabalhadores. Isso sem contar as empresas que não são MEIs”, informa o comunicado.

“Sabemos que isso vai passar, mas se não estivermos juntos estaremos mais distantes dos compromissos que seguem sendo a grande força para a nossa união: o compromisso com as cenas locais, compromisso com a continuidade e o desenvolvimento destas cenas musicais, a troca de tecnologias e saberes para a criação de uma inteligência coletiva que nos oriente e nos permita enfrentar todos os desafios que estão colocados para a música e a democracia brasileira”, finaliza o manifesto.

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