Quem ouve rock e heavy metal tem QI mais alto, diz estudo

A música faz parte da história da humanidade desde o seu princípio, achados arqueológicos indicam que desde a Pré-História equipamentos rudimentares já eram usados para produzir música e há cerca de 4 mil anos egípcios já compunham e registravam músicas. Mas para além da cultura, religiosidade e entretenimento, a música também possui impactos no cérebro e determinados estilos são preferidos por pessoas com alto QI. 

É o que indica o estudo “O estilo musical de pessoas inteligentes”, publicado na revista científica Ciência Latina por Fabiano de Abreu Agrela, PhD em neurociências e membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos. 

“Em relação ao processamento musical, ele é envolvido por percepção musical, reconhecimento e emoção. O córtex cerebral auditivo primário e o giro temporal superior são responsáveis por trazer a percepção musical. O córtex primário é sensível à percepção do tom, a associação auditiva está relacionada ao processo de melodia e não lineares como harmonia”, afirma o estudo. 

Diversos estudos já demonstram que ouvir música influencia nosso estado emocional e até habilidades, como o foco, por exemplo. “A música demonstra um alto potencial terapêutico, alguns estudos demonstraram os efeitos da música em pacientes com doenças cognitivas como Parkinson, demência senil e hiperatividade. Em um estudo foi comprovado que a música foi capaz de promover a liberação de dopamina em pacientes com epilepsia do lobo temporal, tal fato pode se comportar como um anticonvulsivante”. 

“A musicoterapia também já foi utilizada para tratamentos de Alzheimer, porém é relatado que as músicas consideradas não familiares acabavam agravando o caso clínico do indivíduo, entretanto as músicas consideradas familiares ajudavam a amenizar os efeitos da doença”, explica Fabiano no estudo. 

O estudo de Fabiano analisou uma mostra populacional de 50 voluntários com alto QI, dentre eles, membro da Mensa, uma importante Sociedade de Alto QI, que demonstrou que a maior parte deles tinha preferência por rock, seguido por heavy metal, preferindo estilos clássicos ou instrumentais para momentos de estudo. 

“Essa preferência pode se dar por diversos fatores que para serem melhor determinados é necessário mais aprofundamento nas variáveis envolvidas, mas as descobertas recentes sobre a influência musical no cérebro indica uma convergente para que este estilo musical possua tamanha preferência por pessoas de alto QI”, explica Fabiano. 

O artigo também anexou resultados de um estudo realizado por Racevska em 2019 com 467 estudantes em que foi indicado que pessoas com maior inteligência tinham preferência por música instrumental, estilo indicado como mais adequado para manter o foco.