Review do incrível show do Blues Pills em São Paulo

São Paulo, Carioca Club, 30/10/2022

Com a quantidade de shows no Brasil, a maioria passa despercebida ou tende a ser mediano e ter menos destaque, em que pese o fato se serem produções de bom nível, no que tange a bons artistas casas, som, luz, localização, ambiente etc. Todavia, tal não foi o caso do quarteto sueco Blues Pills. 

Sabadão quente, chuva, a tarde/noite prometia. Mas veio muito mais! Fronteado pela ótima vocalista Elin Larsson, que acaba levando a maior parte das atenções, fizeram um tremendo espetáculo carregado de energia e pura vibração. 

Usando um “backline” (equipamento de palco) deveras simples, o conjunto, estreando em palcos brasileiros, não deixou a peteca cair por um instante sequer. O baterista surrava seu minikit sem dó nem piedade e o baixista vai no embalo segurando a casa de força a todo vapor por todo o incansável set. 

 

A cantora tem como vantagem ser uma expressiva performer e cativa a atenção de todos. Mas me arrisco a afirmar que o guitarrista leva o destaque musical. O homem se apodera do espírito setentista ― porém atual ― da banda e esmerilha as seis cardas com louvor em riffs, bases e solos não menos que brilhantes. 

Ajudados pelo poderoso som que ecoa dos PAs (som para a plateia), o quarteto teve o público  seus pés por todo o set. O “estilo” (detesto usar esse termo) da banda pode ser vagamente descrito como um “Heavy Blues”. Ou talvez um “Power Rock”, melhor ouvir e ver os vídeos para sacar melhor a pegada. 

Outro fato bacana foi que “o local reservado para a torcida do Palmeiras” (isto é, o famoso “chiqueirinho” para os profissionais da fotografia) estava junto com a pista VIP. Ou seja, dessa vez não teve regulagem tipo “só as 3 primeiras músicas” para os nossos colegas ficarem à vontade para clicar por todo o show. Assim sendo, o espaço virou uma autêntica festa conduzida pela “crooner”. 

Mas o pessoal que estava mais atrás não deixou barato, seja no agito ou cantando as letras junto. O arrebate final veio quando a moça foi pro meio da galera e aí a coisa ferveu de vez! 

Aliás, ótima produção e com bom público presente ao sempre acolhedor Carioca Club, mas a a casa bem que poderia ter recebido mais gente. Quem não foi, perdeu e se arrependeu. Mas uma volta há que acontecer em breve, quem sabe num festival e também visitando outras cidades.

(Texto: Antonio Pirani, Fotos: Leandro Almeida)