Review do show do Kiss em São Paulo: despedida épica!

30/04/22 – Allianz Parque – SP 

 Quando o Kiss anunciou que se despediria dos palcos em 2019 com a End Of The Road Tour, nem o fã menos otimista poderia imaginar o que aconteceria com o mundo nos dois anos seguintes, e todas as incertezas que ainda nos rondam quanto a realização de shows novamente. 

Após o retorno da turnê, Paul Stanley e Gene Simmons chegaram a testar positivo para a Covid-19 em diferentes momentos e cancelaram alguns shows nos EUA. Mas o Kiss é o Kiss! Honraram sua promessa e vieram se despedir de seus fãs brasileiros em 4 shows no país ― Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Ribeirão Preto (SP) ― e entregaram aquilo que prometeram: uma das melhores produções em shows de rock do mundo.

Sem banda de abertura, assim que os alto-falantes ecoaram a famosa frase: “You want the best. You got the best. The hottest band in the World: Kiss!!!”, o delírio dos 65 mil fãs que lotaram o Allianz Parque foi imediato! A banda deu início ao espetáculo descendo de plataformas hidráulicas com um de seus maiores sucessos Detroit Rock City, e já foi possível logo de início, comprovar toda a tecnologia que compõe o mega show deles.

O simpaticíssimo Paul Stanley fez questão de enaltecer e agradecer São Paulo diversas vezes durante a apresentação, chegando a dialogar com um inseto louva-a-deus que pousou em seu microfone e insistiu em ficar lá por alguns segundos. 

 

O público enlouquecia com hits atrás de hits – Shout It Out Loud, Deuce, Heaven’s on Fire, I Love It Loud, Cold Gin, Lick It Up, entre outros. O Kiss deu aos fãs uma viagem no tempo, que os fez se lembrarem de diversos anos de suas vidas embalados ao som do grupo. O público aliás, era composto desde crianças de 5 anos usando a maquiagem de alguns dos membros da banda e curtindo o show nos ombros de seus pais, até gerações inteiras de uma mesma família, com avós, pais e netos juntos celebrando o rock n’roll. 

Gene Simmons fez tudo o que era esperado, subiu e desceu da plataforma, cuspiu sangue durante seu solo de baixo e baforou fogo pelo palco em I Love It Loud.

Os veteranos Eric Singer e Tommy Thayer, presentes na banda há mais que os membros originais ― Peter Criss e Ace Frehley respectivamente ― cumprem perfeitamente suas posições na banda, representando com maestria o papel que lhes foram designados. Eric Singer fez um divertidíssimo solo de bateria, mas ainda deixa um pouco em dúvida os mais saudosistas se deveria ou não cantar Beth, música originalmente cantada e composta por Peter Criss.

Como de costume, Paul Stanley voou teatralmente acima da multidão e pousou acima da mesa de som para cantar Love Gun e I Was Made For Loving You. E tão graciosamente como foi, voou de volta para o palco principal. Após o bis, o show terminou com o hino Rock and Roll All Nite, gerando todo o tipo de emoção nos presentes. Felicidade por ter presenciado um espetáculo dessa magnitude, e melancolia pelo fim, após quase 50 anos de música e genialidade.

(Texto: Marianna Franco, Fotos: Leandro Almeida)