Review e galeria de fotos do Sweden Rock Festival 2024

5 a 8 de junho de 2024
Sölvesborg, Suécia

O Sweden Rock Festival 2024 aconteceu entre os dias 05 e 08 de junho na cidade de Sölvesborg, ao sul da Suécia.E como tudo que é bom dura pouco, foram 4 dias intensos que passaram num piscar de olhos.

Pode-se dizer que tivemos muita sorte pois, segundo a previsão climática, as temperaturas seriam baixas e a probabilidade de chuva, alta. Até choveu mas nada que comprometesse a logística do festival, nem afetasse o nosso conforto, comparado com o que está acontecendo em Dessel, Bélgica, durante o Graspop. Sim, tivemos muita sorte. Foram dias de sol bastante agradáveis.

Já na 3ª feira, dia da chegada na Suécia, nota-se desde a estação de trem de Copenhague uma movimentação enorme de pessoas rumo à Sölvesborg. Foi uma viagem bem longa, com direito a troca de trem por motivos de manutenção viária e depois de quase 5 horas consegui chegar no destino, realizar o credenciamento de imprensa e me preparar para a maratona que ia começar no dia seguinte.

O Sweden Rock Festival vem crescendo ao longo dos anos tornando-se um evento além de musical. Muitas atividades acontecem simultaneamente como as “signing sessions”, entrevistas, exposição fotográfica, ringue de lutas, entretenimento nos estandes, uma área gastronômica bem farta e bem distribuída por todo o parque, bares por todo lado, área para apreciadores de vinho e drinks especiais, sem contar com os estandes que vendem souvenirs como camisetas, acessórios, jaquetas, cds/dvds/vinis, e muito mais. O público é bastante considerável já nas primeiras horas do dia aproveitando ao máximo o que o verão sueco pode oferecer. A organização do evento é impecável. 

Foram quase 100 bandas durante os 4 dias de festival, trazendo um combinado de vertentes do rock distribuído nos 5 palcos: Pistonhead Stage (Tenda), Blaklader Stage, Sweden Stage, Rock Stage e o palco principal onde se apresentam os headliners, Festival Stage. Nesta edição, os headliners foram Five Finger Death Punch, Journey, Judas Priest e Alice Cooper.

A primeira banda a se apresentar no festival, no Blaklader Stage, foi The Southern River Band, banda australiana de rock and roll liderada por Cal Kramer, com três álbuns desde 2016. Logo em seguida, no Rock Stage, aconteceu o show da banda sueca Talisman, fazendo um tributo a Marcel Jacob, baixista fundador da banda. A apresentação contou com o vocalista Jeff Scott Soto, o guitarrista Fredrik Akesson, o baterista Jamie Borger, o baixista Johan Niemann e o tecladista BJ. No mesmo horário, a banda alemã de power metal Orden Ogan se apresentava no Sweden Stage. Logo veio Xion, banda sueca de thrash metal fundada em 2018 e considerada uma das mais promissoras bandas da cena do país.

As também suecas Hulkoff e Dream Evil vieram a seguir no Festival Stage e no Blaklader Stage respectivamente. Hulkoff é o projeto solo mais inclinado ao power metal de Par Hulkoff, vocalista/guitarrista da banda de metal industrial Raubtier. Dream Evil, de 1999, formada pelo produtor musical Fredrik Nordström, responsável pelas produções das bandas Hammerfall, In Flames, Dimmu Borgir, entre outras.

O dia foi seguindo e tivemos as americanas RiotV, Biohazard, a brasileira Crypta. Segui para o Festival Stage para conferir Michael Schenker (Alemanha) e Winger (EUA). Ainda dos Estados Unidos, tivemos Ice Nine Kills apresentando seu metalcore, Vicious Rumors com seu power metal e Rival Sons, uma mistura de rock and roll, soul e blues.

Uma das novidades no lineup desta edição foi a banda alemã Electric Callboy, com um visual excêntrico, um palco muito bem produzido trazendo um som eletrônico que agitou bastante o público. Cheguei a me questionar se a banda se encaixava no perfil do festival, mas o importante é que o público se divertiu. A programação do dia já estava quase chegando ao fim, mas antes disso tivemos Dismember, Cirith Ungol e finalmente o primeiro headliner da edição, Five Finger Death Punch. Com novo guitarrista e baterista na formação, um palco glamouroso e uma performance perfeita, agradou os fãs e conquistou uma nova legião.

Para terminar a noite, no Rock Stage, tivemos Megadeth trazendo seu trash metal. A formação conta com o ex baterista do Soilwork, Dirk Verbeuren, o ex baixista do White Lion, James Lorenzo, e o guitarrista do Wintersun, Teemu Mäntysaari. Simultaneamente acontecia o show de AOR/hair metal com Tyketto no Blaklader Stage.

 

Sem perceber já era 5ª feira. Parecia que ia chover, mas o sol apareceu. A manhã estava linda e comecei o dia com Primal Fear abrindo o Rock Stage. Ralf Scheepers e sua banda tem o poder de cativar o público logo cedo. O bom de se apresentar nas primeiras horas do evento é que o público ainda está em perfeitas condições. Na sequência fui conferir os suecos do Graveyard que fazem um rock pesado inspirado nas bandas tradicionais dos anos 70, com uma pitada de groove. Ao mesmo tempo muita gente curtia o power-heavy metal da banda alemã da Iron Savior no Blaklader Stage.

Fui ao Rock Stage conhecer a banda americana Slaughter to Prevail. Todos de máscaras, fizeram me lembrar da banda Ghost no visual. No som, bastante diferente seguindo a linha do deathcore e metal extremo.

Segui para o Festival Stage para o show do Extreme e curtir a guitarra de Nuno Bettencourt e os vocais de Gary Cherone. Não faltou o hit “More Than Words”. Ao mesmo tempo acontecia Swedish Erotica no Sweden Stage e The Drippers no Pistonhead Stage. Logo corri para o Rock Stage para conferir a nova banda do Kerry King. Era então o sexto show com sua banda solo depois de 40 anos de Slayer. Ao mesmo tempo, rolava o show de power metal da banda inglesa Gloryhammer.

Corri para o Festival Stage para o show da banda americana dos anos 90, The Black Crowes, que se apresentou pela primeira vez no Sweden Rock. Depois de separados desde 2015, a banda se reuniu e está com um novo álbum “Happiness Bastards”.

Na sequencia, fui para o Blaklader Stage para pegar um pedacinho do show de heavy-power metal da alemã Mystic Prophecy e de lá segui para o show de 40 anos da americana W.A.S.P. no Rock Stage. Como sempre começo a fotografar os bateristas, por geralmente serem os primeiros a subir no palco, fiquei um tempo com a sensação de rosto familiar. E aquele rosto conhecido era do Aquiles Priester na bateria do W.A.S.P. Foi um show e tanto! Enquanto isso rolava Satyricon no Sweden Stage.

Logo começaria o headliner do dia, a banda americana Journey no Festival Stage. Porém, não pude fotografar pois a produção da banda não liberou nenhum fotógrafo no pit. A noite seguiu com Rexoria no Pistonhead Stage, Parkway Drive no Rock Stage e Bullet no Blaklader Stage. Fui me preparar para a 6ª feira.

Com os pés já moídos, comecei cedo no 3º e penúltimo dia do festival. Quem iniciou os trabalhos do dia no Blaklader Stage foi a banda sueca Velveteen Queen. Na mesma linha de Aerosmith, Guns and Roses e Velvet Revolver, Velveteen Queen lançou seu primeiro álbum este ano e promete grande sucesso.

Na sequência aconteceram os shows das bandas Treat e The Haunted, ambas suecas. Optei por Treat então corri para o Rock Stage. A banda conta com novo baixista, Nälle Phalson, ex-Therion, Gathering of Kings e Easy Action. Formada pelo vocalista Robert Ernlund em 1981, é considerada uma das maiores bandas de hard rock da Suécia. Robert é contagiante interagindo o tempo todo com o seu público.

Logo aconteceria o show das bandas suecas Nestor e Spiders, seguidas por Black Stone Cherry, Carcass e The Cruel Intentions. Surgiu a grande dúvida: qual fotografar? Optei pela americana Black Stone Cherry que, bem como no Brasil durante o Summerbreeze 2024, fez um show eletrizante, com uma presença de palco incrível. Era uma das bandas bastante esperadas.

Continuando a maratona, segui para o Festival Stage onde ia começar o show da banda clássica de heavy metal sueco Heavy Load, de 1978 a 1985 quando se desfez. Em 2018 a banda marcou seu retorno se apresentando no Sweden Rock. Este foi o primeiro show no festival desde então.

Em seguida aconteceu o show da banda finlandesa de metal melódico Battle Beast e o show da banda americana Canned Heat. O festival foi seguindo com Evanescence, Decapitated, Dampf, The Hives, Thy Art Is Murder e F.K.Ü. Finalmente chegou a hora do headliner do dia, Judas Priest. O publico expressivo estava a postos em frente ao palco aguardando a tradicional cortina cair. A apresentação de Judas Priest dispensa comentários. Sempre uma excelência. Fechando a noite, tivemos Truckfighters, Dimmu Borgir e Care of Night. Optei pelo Dimmu Borgir e me encantei com o palco, as luzes, a fumaça e o fogo.

O que restou de mim já estava  pedindo descanso. O último dia estava para começar. Fechei os olhos, respirei fundo, e quando abri já era hora de voltar para o dia de encerramento do festival.

Comecei minha programação com o show do Ritchie Kotzen no Rock Stage. Grande guitarrista com passagem pelas bandas Mr. Big e Poison, inclusive tendo se apresentado com Stanley Clarke, Kotzen é o frontman da banda Winery Dogs ao lado de Mike Portnoy e Billy Sheehan.

Estava pronta para fotografar uma das minhas favoritas do lineup, a banda sueca Pain com Peter Tägtgren (voz e guitarra), também frontman da banda de death metal Hypocrisy. No palco Blaklader acontecia o show da banda polonesa Riverside, que tocou recentemente no Brasil.

De lá segui para o Rock Stage. A banda americana de glam rock Steel Panther subiu ao palco e em um momento do show o vocalista Michael Starr sai do palco e volta transformado em Ozzy. Fechando os olhos, parecia o Ozzy cantando. Abrindo os olhos, parecia o Ozzy andando. Risada para todo lado.

A tarde estava caindo e a temperatura também. Segui para o Rock Stage para os shows da banda Beast in Black e da Hammerfall. Era sinal de que o festival estava chegando ao fim, na espera do headliner do dia, o último do festival: Alice Cooper.

O frio ficou mais intenso e a chuva começou a dar sinal. Fomos para o pit e surpreendentemente pudemos fotografar 4 músicas ao invés das 3 permitidas como de praxe. Na 4a música a chuva estava mais intensa mas quis aproveitar até o último minuto permitido.

Cheguei na sala de imprensa e o equipamento molhado, sentindo frio e um cansaço tremendo. Mas a sensação de dever cumprido desfaz todos os inconvenientes.

Mais uma edição de tirar o fôlego. Desta vez maior, mais abrangente e muito mais acessível. Lembro da época em que a sala de imprensa juntamente com a área vip ficavam atrás do Rock Stage e o acesso era bastante limitado aos credenciados de imprensa, músicos e convidados. Atualmente é possível adquirir pacotes de ingressos para os quatro dias incluindo acesso a área vip. Notei uma diferença no público. Os rockeiros raiz estão se aposentando e nova geração está tomando seu lugar.

A edição de 2025 já tem data marcada e vai acontecer nos dias 4, 5, 6 e 7 de junho.

Até lá!

Texto e fotos: Patrícia Patah