Volkana detona em apresentação no SESC Belenzinho

SESC Belenzinho, Belenzinho, SP , 28/07/2017

Na época atual, onde os recursos de internet e redes sociais facilitam e favorecem o acesso à divulgação, à produção, à recursos tecnológicos, musicais e visuais, voltam também à cena nacional, boas bandas de rock pesado. Bandas dos anos oitenta e noventa, que não tinham na época o luxo do “over clock”, nem a velocidade das informações, nem o acesso à recursos técnicos, mas em contrapartida contavam com uma baita garra, com muita criatividade e alteridade de um rock autoral honesto e de qualidade.

Estou falando da Volkana, que anunciou esse ano o seu retorno, com um significativo show de estreia no Sesc Belenzinho dia 28 de julho de 2018.

Para quem se lembra da banda, Volkana foi uma das percursoras nos anos 80 com integrantes femininos em sua formação. A banda nasceu em Brasília em 1988, formada por Mila Menezes, baixo (ex Detrito Federal), Karla Carneiro, guitarra (ex Falange Do Medo) e posteriormente são convidadas para a banda Marielle Loyola, voz (ex Escola De Escândalo e Arte No Escuro) e Débora Darwich, bateria (ex Detrito Federal). Com essa formação gravaram a primeira demo tape em 89, Thrash Flowers. Logo após assinaram com a gravadora Eldorado em 1990 e em 91 sai o primeiro material, produzido por Carlos Eduardo Miranda e intitulado First, já contando com Serginho Facci na bateria. Em 94 lançam o segundo álbum Mindtrips. Porém,em 97 a banda dá uma pausa em suas atividades.

Seu retorno em 2018 se dá com relançamento do LP First, jamais lançado em CD no Brasil, apenas nos EUA pelo selo Moving Targets.  Na atual formação estão Marielle Loyola, vocal, Sérgio Facci, bateria. Isa Nielsen, guitarra. Karen Ramos, guitarra. Priscila Tiemi, baixo.

A noite começa quente com o maior sucesso da banda, o clássico Darkness, do primeiro CD First. Com uma cozinha afiada e capitaneada musicalmente pelo ótimo batera Serginho Facci, e a baixista Priscila Tiemi, fez lembrar os bons momentos das Volkana no começo dos anos 90. Seguida pelas pesadas To Die is Not To Die, e That´s my Victory, todas do First e na sequência da pancadaria, a clássica Pet Sematary dos Ramones, um sucesso que já tocavam desde a primeira formação da banda.

Mindtrips, When 2R1 e Keep on Trying, músicas do segundo CD da banda, toma outra coloração na voz melódica da Marielle, originalmente gravado pela vocalista Claudia França e o ganho e precisão da guitarra da Karem Ramos, deixa bem claro a textura musical pesada do metal.

Lembrando a época punk da banda, nos idos tempos de Brasília, ressurgem com o clássico Medo do Colera e colocando a galera para dançar, numa homenagem póstuma muito legal ao Redson Pozzi, falecido em 2011, com 49 anos.

O show continua com as pesadas Descent To Hell e War! Were My Enemy Lies e fechando como tributo ao Black Sabbath, Paranoid, com destaque para a guitarrista Isa Nielsen, que além de uma belíssima presença de palco, ainda detonou em seus solos precisos e de bom gosto. No bis a galera mandou novamente as músicas Medo, Darkness e fechando com Pat Sematary dos Ramones, showzasso!!!

Muito bom ver a mulherada no palco detonando e fazendo seu trabalho, com beleza e competência e como já falei antes, baita garra, criatividade e alteridade no sentido de relevância dentro rock nacional, não é uma banda que nasceu ontem, é uma banda que volta para buscar suas origens e engrandecer o rock, fazendo permanecer o metal dentro da cena nacional. Quase que instintivamente as boas bandas estão voltando, retomando lugar em suas fileiras no rock, não deixando o estilo autoral enfraquecer, mas sim influenciando uma nova geração e mostrando com quantos acordes se faz uma boa música. A banda volta com novo ânimo e preparando novo material que deverá ser lançado até dezembro desse ano.

Welcome back to the front Volkana!!!!

(Elizabeth Tibet Queiroz)