Cobertura do Itaipava Festival em SP

De 24 de setembro a 4 de outubro últimos, aconteceu em São Paulo o Itaipava de Som a Sol Festival, no Ginásio Ibirapuera. 

Aqui vale começar falando do lugar. Nos anos 1980-1990, o Ginásio do Ibirapuera era uma opção para shows por falta de espaços mais adequados. Aí vieram os primeiros “templos”, como Olympia, Via Funchal e Palace, já trazendo uma acústica e estrutura realmente adequada para shows, deixando o Ibirapuera meio de lado por causa da acústica bem ruim. Mas não podemos esquecer que por ali passaram Van Halen, Metallica, Jethro Tull, The Cult, Deep Purple e Motörhead, cada um fazendo o melhor possível. Surpresa a minha ao deparar com a escolha do local em questão para tal festival em pleno ano 2019. 

Claro que a evolução dos equipamentos e a alta tecnologia deparar-se-iam com a acústica ruim, por isso, a curiosidade estava no ar. Nomes de relativo peso no cenário pop/rock/soul se encontraram nesta primeira fase do Festiva. Então, vamos focar nos destaques do evento como um todo.

O Weezer abriu o evento no dia 26 de setembro. Banda americana, formada por universitários. Público bem fraco eu achei, mas quem estava presente realmente sabia o que estava fazendo ali. Por sinal, quase não vi aventureiros e curiosos em todos os dias. Até talvez pelo alto custo do ingresso. Banda funciona bem ao vivo. Honesta. Tudo realmente tocado. Nada de samplers e trechos gravados. O que hoje em dia tem sido bacana de ver, num universo de tantos efeitos e fakes na música mundial. 

Dave Mathews Band foi o destaque do dia 27. Ícone do pop/jazz mundial fez um show longo de quase duas horas e meia. Mas tudo muito verdadeiro. Instrumentos tocados e tal. Ibirapuera estava bem cheio. Público nas mãos do início ao fim. 

Seal se apresentou no dia 29, com um show mais intimista, sentado. Sem dúvida, o “Foca” é um grande nome do pop mundial. Desce à platéia várias vezes, canta no meio do público, e questiona. Muito legal. Questionar! Num mundo em que cada dia tudo está ficando mais descartável, imediatista e individualista, é bom questionar. Kiss from a Rose e Crazy são mega-hits. Deliciosos ao vivo. 

O Nickleback tocou em 3 de outubro e foi a primeira atração da segunda parte do evento no dia. Banda canadense, com seu pop rock eficiente para a proposta, mas na minha opinião muito chato. Público razoável. Algo entre o Weezer e a DMB.

Tudo muito legal. Pontualidade quase perfeita ao longo dos shows. Mas, de verdade, acho que teria sido bem legal ter tido uma banda/artista nacional de abertura para cada data, dentro do seu segmento. Que venha mais!

(Texto: Danilo Guedes, fotos: Leandro Almeira e Priscila Secco)