Crossroads Festival foi um show de organização e músicas boas

Usina 5, Curitiba, PR (14/07/2018)

O Dia Mundial do Rock, que enobrece esse gênero tão importante, foi celebrado no dia 13 de julho pelos roqueiros mundo afora, e aqui no Brasil não poderia ser diferente. Os bares e casas de show deram o seu jeitinho para celebrar essa data, e em Curitiba, o Crossroads, um dos principais bares de rock da capital não deixou por menos e realizou um grandíssimo festival. Trata-se do Crossroads Festival, realizado na USINA 5, no dia 14 que deu chance para os roqueiros se divertirem com muitas bandas e músicas de qualidade. O Festival, que também era uma celebração pelos 21 anos do bar, contou com a participação de mais de 30 bandas, com 14 horas de música – desde o rock até o metal.

O festival abriu as portas às 14h e a última apresentação encerrava às 4h. A primeira banda começou a se apresentar ainda na luz dia, às 16h, ainda com pouco público. O local começou a encher por volta das 19h. O espaço escolhido para o evento era bem amplo, pois é uma fábrica revitalizada com 60 mil m² com capacidade para até 20 mil pessoas. Desta maneira, as pessoas não tiveram tanta dificuldade para mobilidade e a organização do evento certificou-se que cada área tivesse os componentes adequados. As bandas foram dispostas em 4 palcos:

Palco Absolut Pool:

Do lado externo, o primeiro a receber banda – Maple Neck – com um espaço bom para o público se locomover. O palco não tinha telão, era coberto, porém não era tão grande. A vantagem desse palco é que o público podia ficar em 3 níveis para poder ver os shows, de uma ponta a outra (180º). Esse palco contou com a participação de bandas com um rock não tão pesado, na vibe do indie, funk, rap e pop rock.

Palco Heineken:

Provavelmente o mais difícil se locomover, o Palco Heineken dividia seu espaço com a área vip ao fundo. O palco se localizava à direita da área do acesso, fazendo com que muitas pessoas parassem no meio do caminho para ver os shows. Outro ponto negativo desse palco é que o telão só passava propaganda dos fornecedores (Absolut Vodka, Heineken, Jack Daniel’s etc), o que por vezes destruía completamente o conceito da música. O telão era incongruente principalmente com as baladas, que geralmente eram mais calmas e mais emocionantes, mas que perdiam a força com as propagandas atrás do palco.

Palco Crossroads:

Localizado em um galpão, o palco era o maior e com um telão excelente que enriqueceram as apresentações. Bandas com um nome mais forte no rock nacional, como Blindagem, Scalene e Motorocker se apresentaram nesse espaço mais amplo. O galpão tinha as áreas para a retirada de bebida (Heineken, Jack Daniel’s etc), caixa e mini palcos onde outros fornecedores associados realizavam apresentações e merchandising (Academia do Rock, por exemplo). Era nesse galpão que era o acesso à entrada e saída do Festival, havia brinquedos infláveis para as crianças e ao lado do galpão, na parte externa, havia bastante banheiros químicos que estavam consideravelmente limpos. A organização pecou um pouco por não ter colocado alguma pia, apenas frascos de álcool em gel localizados em uma cadeira, o que fez muitas pessoas saírem dos banheiros sem lavar as mãos.

Palco Jack Daniel’s:

Também em um galpão, o palco Jack Daniel’s levou atrações com músicas mais pesadas, como tributos ao Rammstein, Linkin Park e Slipknot e as autorais Krucipha e Project46. O ambiente tinha um palco relativamente pequeno, com pistas vips localizadas dos dois lados mas não muito vantajosas para seus pagantes por causa das gigantes caixas de som que bloqueavam um pouco a visão.

Em geral, todos os palcos tiveram muitos covers, o que pode ser um perigo se as bandas resolverem ter a mesma música no setlist. Do que ouvimos, nada se repetiu, talvez até por uma mediação da própria organização do evento. Para celebrar o Dia do Rock, inevitavelmente os clássicos devem ser tocados e o festival conseguiu englobar muitos subgêneros. A vantagem de trazer covers é que muitos pessoas vão pelos justamente pelos clássicos e apresenta as bandas autorais para aquele que não conhecem.

No mais, o Festival foi um grande presente para os curitibanos roqueiros que puderam ver bandas de grande qualidade, em palcos com uma acústica muito boa – acima da média das casas de shows curitibanas. O Crossroads organizou um evento que englobava todas as idades e vários subgêneros, proporcionando uma amplitude de músicas muito rica. Além disso, as disposições de banheiro, alimentação e bebida foram bem pensadas. É claro que sempre haverão as famosas filas, mas caixas que ficavam transitando facilitaram bastante o pagamento. Nesse sentido, o único ponto negativo foi um cartão que você precisava adquirir num valor de R$10,00 reais que depois você poderia trocar por um item, mas nem todos sabiam dessa informação e tampouco onde poderia ser realizada a troca – os próprios funcionários não sabiam informar em qual caixa você podia trocar o cartão por uma bebida. A Heineken, por exemplo, custava esse preço. Mas, confusões à parte, é bem importante ver a cena da capital se fortalecendo e voltando a colocar o Rock e o Metal no pedestal.

(Victória Heloise)