Gojira e Mastodon: review e galeria de fotos do show em SP

The Mega Monsters Tour 2023
Espaço Unimed, São Paulo/SP (14/11/2023)

A The Mega Monsters Tour 2023, realizada pelas bandas Gojira e Mastodon pela América do Norte e Sul, finalmente chegou ao Brasil para apresentação única, realizada no último dia 14, véspera de feriado, em São Paulo. As duas bandas prometeram setlists completos, e entregaram muito mais que isso.

 Os estadunidenses do Mastodon foram os responsáveis por começar a noite. Pouco após das 20 horas, o Espaço Unimed já estava lotado e pronto para o ataque dos monstros. Aos gritos ensandecidos do público, os integrantes sobem ao palco e abrem o espetáculo com a melancólica “Pain With an Anchor”, de seu último álbum “Hushed and Grim”. 

 

A qualidade do som e iluminação já deixavam claros que os fãs estavam a receber dois dos maiores (e melhores!) shows realizados no país neste ano. 

Destaque sempre ao Mastodon que divide os vocais entre três de seus integrantes: Troy Sanders (baixo), Brent Hinds (guitarra) e Brann Dailor (bateria); impressionante a qualidade dos três ao tomarem os vocais, cada um com sua característica específica, mas sempre marcantes. Além desses, a completam a banda Bill Kelliher (guitarra) e o brasileiro João Nogueira (teclados). 

Ponto cômico da noite foi ao apresentar o tecladista João, que tomou o microfone e cravou “Sempre tem um brasileiro em algum rolê aleatório, não é mesmo?” – definitivamente preciso rever meus “rolês aletaórios” para ver se acabo com uma das maiores bandas da atualidade. 

No geral, o Mastodon fez um show coeso, com poucas pausas entre as músicas, essas que passaram pela discografia completa da banda. Troy Sanders liderava as interações da banda com o público, comandando os gritos e barulhos dos fãs entre os solos e refrões. Clássicos como “Crystal Skull”, “Megalodon”, “Blade Catcher” e “High Road” não ficaram de fora, com a mais conhecida “Blood and Thunder” escolhida para encerrar o set. 

No final, Brann Dailor agradeceu demais a presença e o carinho dos fãs nas redes sociais da banda e prometeu, “Não vamos demorar mais nove anos para retornar ao Brasil.” Promessa é dívida, e estou muito ansioso para cobrar essa. 

Pausa de 30 minutos para troca do palco e começam os preparativos para o show do Gojira. Tempo ótimo para reidratar e descansar um pouco, já que o Espaço Unimed parecia um forno depois da incrível apresentação do Mastodon. 

A ansiedade e expectativa estavam muito altos para receber os franceses mais uma vez em terras brasileiras. As luzes aos poucos foram se apagando e começa uma contagem regressiva no telão ao fundo; o ataque dos monstros estava só começando. 

 

A contagem chega ao zero e começam as primeiras notas de “Born for One Thing”, e o público indo à loucura, seguida pela clássica “Backbone” e “Stranded”. O Mastodon fez um excelente show, mas o Gojira rapidamente conseguiu superar a energia e resposta do público. Formados pelos irmãos Duplantier, Joe (guitarra/vocal) e Mario (bateria), junto com Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo), os franceses fizeram uma apresentação avassaladora, que fez o Espaço Unimed tremer do começo ao fim. 

Tremendo inclusive durante o solo de bateria do Super Mario, que preparou placas escritas em português para interagir com a plateia durante: “Mais alto, porra!” e “Agora sim, caralho!” foram os dizeres; produção acertou em cheio, a resposta e as risadas da plateia deixaram isso bem claro. 

O setlist do Gojira foi mais concentrado em seu último lançamento “Fortitude”, sem deixar de fora os clássicos como “Flying Whales” (talvez o hino da banda), “The Art of Dying” e “The Heaviest Matter of the Universe”. Destaques também para “The Cell”, que funciona muito bem ao vivo, “L’enfant Sauvage” fechando a primeira parte show e o bis com “Amazonia” e “The Gift of Guilt”. 

Após o final do show e muitos agradecimentos da banda, Super Mario ainda apareceu com um bote e começou a “remar” pela plateia – crowdsurfing em 2023 com certeza está diferente. 

O balanço geral da noite não poderia ser melhor: duas excelentes apresentações, com som e iluminação perfeitos do começo ao fim, e uma plateia que com certeza respondeu à altura. Organização do evento impecável, sem atrasos entre a troca das bandas e o final do show, facilitando a volta para casa dos fãs. 

Agradecimentos especiais à produtora Move Concerts e assessoria de imprensa Midiorama por nos facilitar prestigiar o ataque dos monstros em São Paulo. Com certeza uma véspera de feriado que ficará marcada em todos por muito tempo.

Por Pedro Pirani; Fotos: Leandro Almeida