‘Sucesso é poder pagar as contas’, diz Gary Holt à Rock Brigade

A Rock Brigade marcou presença na coletiva de imprensa com Gary Holt realizada no início de novembro. Por mais de uma hora, o guitarrista do Exodus respondeu a perguntas de jornalistas da imprensa especializada brasileira sobre o novo álbum Persona Non Grata e assuntos correlatos. Representando a Rock Brigade, Guilherme Gonçalves pôde fazer três perguntas a Holt, transcritas na íntegra abaixo.

Rock Brigade: Eu gostaria de saber o que o sucesso e o lançamento de um novo álbum significam para você e para o Exodus em pleno 2021.
Gary Holt: Sucesso, para mim, nos dias de hoje, significa pagar minhas contas via música. O que mais eu poderia querer? Tenho 57 anos com a mentalidade de um jovem de 16 que toca heavy metal para viver, o que é incrível! [Risos]. Tenho muita sorte, isso é sucesso para mim.

“Não se trata de ter milhões de dólares na conta ou o que quer que seja, mas sim fazer o que você ama e ganhar a vida com isso. É isso que importa.”

Quais bandas mais novas de thrash metal você curte e, quem sabe, te influenciam?
Riley Gale, que Deus o tenha, e Power Trip. Eles levaram o thrash para outro patamar. E meus queridos amigos não tão novos do Municipal Waste. Também Lost Society, Warbringer… Enfim, existem muitas bandas ótimas por aí.

Sabemos que as indústrias do esporte e do entretenimento passaram por momentos difíceis em razão da pandemia, mas, dia após dia, turnês e shows estão voltando. Recentemente, Steve “Zetro” Souza [vocalista do Exodus] proferiu algumas declarações de cunho antivacina. O que você acha disso? Não é o tipo de coisa que pode atrapalhar a divulgação do novo álbum de alguma forma?
“Zetro” está vacinado. Se você quer cair na estrada, precisa estar. Sou totalmente pró-vacina; tomei a minha assim que pude, em abril. Confio na ciência, não em um bando de idiotas da internet. Ao mesmo tempo, porém, entendo a apreensão de algumas pessoas porque a indústria farmacêutica geralmente busca o lucro e nada mais. Mas é aquilo: as vacinas já eliminaram tantas doenças de nossa vida… Se anos atrás as pessoas pensassem como pensam agora, estaríamos todos morrendo de poliomielite e varíola. Vacina, sim. Sinto-me muito mais seguro vacinado. Meus anticorpos devem estar altíssimos e pretendo tomar a dose de reforço assim que disserem que posso.

(Por Guilherme Gonçalves / Transcrição: João Marcello Calil / Tradução: Marcelo Vieira)