Megadeth em São Paulo: review e galeria de fotos

Espaço Unimed, SP/SP
18/04/2024

O Megadeth retornou ao Brasil para apresentação única em São Paulo, desta vez como parte da Crush The World Tour, marcando a primeira vez da banda em terras brasileiras desde a saída do guitarrista Kiko Loureiro no início deste ano. 

Para seu lugar, inclusive indicação do próprio Kiko, o finlandês Teemu Mäntysaari (Wintersun) foi escalado para essa nova turnê mundial. A princípio um pouco tímido no palco, diante de um Espaço Unimed lotado, e aparentemente também um pouco nervoso, Teemu aos poucos foi se soltando e mostrando que foi decisão acertada para o cargo. 

A sequência recheada de solos com “Dystopia” e “Hangar 18” serviram também para ele se soltar e ficar mais à vontade, dado que é a primeira vez que o guitarrista se apresenta em terras brasileiras. Além de Teemu, a formação atual do Megadeth conta também com o exímio Dirk Verbeuren (bateria) e James LoMenzo (baixo), e é claro o frontman Dave Mustaine que dispensa apresentações. 

 

Para a Crush The World Tour, a banda fez uma ótima seleção de clássicos passando quase que completamente pela extensa discografia (álbuns como o polêmico “Risk”, “The System Has Failed”, “United Abominations” e “Endgame” ficaram de fora, talvez sem surpresa para muitos.) O Megadeth desta vez veio ao Brasil após três shows na Argentina, e pudemos notar algumas diferenças entre as músicas tocadas por lá e aqui. 

Destaques para “Mechanix”, “Poison Was The Cure”, “She-Wolf” e “Dread And The Fugitive Mind” que ficaram de fora, enquanto nós fomos presenteados com a poderosa “Devil’s Island” (do “Peace Sells… But Who’s Buying” de 1986). 

A constante troca de músicas entre os shows mostra que a banda está com o cartucho carregado e pronta para surpreender em todas as noites seguintes. A abertura da noite foi com a nova “The Sick, The Dying and The Dead!”, que funcionou extremamente bem ao vivo e também serviu para mostrar que o último álbum da banda, de mesmo nome, fez sucesso entre os fãs brasileiros. 

A sequência com “Angry Again” (e a plateia ensandecida cantando junto a plenos pulmões), os spider chords de “Wake Up Dead” e mais uma vez a casa tomando conta dos vocais em “In My Darkest Hour” foi avassaladora, com certeza o ponto mais alto (dentre vários) da apresentação. 

Mais uma vez a plateia toma conta dos vocais em “Tornado of Souls”, desta vez com Dave Mustaine convocando a casa para cantar os refrões e foi atendido muito bem pelo público, e com a famosa “A Tout Le Monde”. 

O mascote Rattlehead sobe ao palco para guiar e puxar os gritos durante “Peace Sells”, última antes do bis com o clássico absoluto “Holy Wars… The Punishment Due”. Impossível colocar defeitos numa noite como a última quinta-feira; som e iluminação impecáveis, casa lotada com a plateia respondendo à altura, um setlist repleto de clássicos, produção e organização perfeitas com o início e término do show nos horários marcados e facilitando a volta para casa de todos. 

Extremamente grato à Mercury Concerts e à Catto Comunicação por nos permitir prestigiar o Megadeth de perto mais uma vez que, não à toa, é uma das bandas estrangeiras que mais fez shows no Brasil. Mais um pra conta!

Por Pedro Pirani; Fotos: Leandro Almeida